Depois de adquirir em abril de 2021, em um leilão na Christie’s por US$ 20 mil, o rascunho da obra Fumeur V, de Pablo Picasso (1964), o grupo Unique One queimou a gravura para leiloar sua versão digital, com lance inicial de U$500, objetivando eternizá-la.
A obra foi transformada em NFT (Non-Fungible Token), “token não fungível”, que funciona como uma certificação de propriedade de um produto digital, podendo valer algo no futuro (um criptoativo), e em seguida foi queimada com um lança-chamas, para que a figura seja eternizada no blockchain. Pelo fato de ser não fungível, é insubstituível e exclusivo. É considerada segura, porque as transações de NFT se dão de forma descentralizada, com registros invioláveis garantidos pela criptografia. Antes da arte ser queimada, o grupo fez dois NFTs, um anterior a queima e outro com os restos da gravura e assinatura do pintor, que permaneceram na folha.
Segundo o grupo, “queimar além de estar relacionado à censura, de acordo com o blockchain, é preciso queimar para transformar o valor de um lado para o outro”. Afirma ainda que o NFT se torna uma “reserva de valor” e a destruição é necessária para unir seu valor e proveniência a outra versão. Declarou que se trata de valorizar o mundo digital, incluindo-o na sociedade, defendendo que grandes artistas não morrerão com o tempo e com a transformação digital, a arte sempre sobreviverá.