No último dia 22, em uma força tarefa organizada pelo Ministério Público do Trabalho, foram resgatados 215 trabalhadores em situação análoga à escravidão, que atuavam na colheita da uva em Bento Gonçalves/RS. O caso foi denunciado por um grupo de trabalhadores que conseguiu fugir do esquema e procurar a PRF.

De acordo com a investigação, a empresa Oliveira e Santana, que prestava serviços para as gigantes Aurora, Garibaldi e Salton; contratou os trabalhadores na Bahia, com a promessa de salário de R$ 3.000,00, alimentação e moradia.

Entretanto, ao chegarem à Serra Gaúcha, os trabalhadores eram submetidos a agressões físicas e verbais, ameaças, jornada de trabalho de 15 horas diárias e até tortura. Além disso, eram obrigados a consumirem os produtos fornecidos pelos empregadores, em assustadora semelhança ao coronelismo.

O representante da empresa tomadora dos serviços, Pedro Augusto Oliveira de Santana, foi preso e liberado após pagar fiança. Agora, firmou com o Ministério Público do Trabalho um Termo de Ajustamento de Conduta, a fim de garantir o pagamento das verbas rescisórias dos trabalhadores. A responsabilidade das vinícolas que se beneficiaram da mão de obra será averiguada pelas investigações que já estão em andamento.