A ligação entre esses dois mundos inicia-se de várias formas, e uma delas é o momento em que a pessoa escolhe a cidade para viver, levando em conta a economia do local, a possibilidade de trabalho, crescimento profissional e qualidade de vida.
A base da mudança de cidade está relacionada com a oportunidade de trabalho e cidade prazerosa. É um somatório envolvendo seus atrativos, infraestrutura e economia. O custo de vida também é outro ponto a ser considerado, uma vez que quanto maior os recursos que a cidade oferece, mais caro sua manutenção.
O mercado modela a cidade apoiado na cadeia de emprego, já que quanto maior a cidade, mais opções de trabalho existirão, aumentando-se a escolha pelo labor de acordo com a habilidade da pessoa. Um exemplo clássico de mudança ocorreu com a pandemia da Covid-19, onde as cidades grandes estavam preparadas para o trabalho remoto. Muitas empresas fecharam seus postos físicos, proporcionando a experiência home office. O que em muitas cidades pequenas não foi possível, devido à falta de infraestrutura (conexão de internet).
A cidade tem que seguir as mudanças de seus habitantes, proporcionar infraestrutura local para servir da melhor forma, conforme sua densidade populacional e se ajustando de acordo com as necessidades. O custo com a melhoria da infraestrutura deve ser visto como investimento para cidade e todos que nela residem. Uma cidade bem organizada, com condições mais favoráveis e indispensáveis para uma sociedade, tem sua economia valorizada.
É neste momento que surge a revisão do Plano Diretor da cidade. Com a valorização do município, a infraestrutura precisa ser reformulada com nova leitura do espaço público e melhores instalações. Um exemplo de falta de planejamento são os assentamentos irregulares que crescem até se juntarem a cidade de forma desenfreada, ficando visível o desnivelamento entre essas pessoas e os demais habitantes da cidade. A falta de infraestrutura nesse local é gritante (ausência de água potável, energia elétrica, educação, mobilidade etc). Assim, o Plano Diretor da cidade deve ser reavaliado de tempo em tempo, conforme surjam mudanças na localidade. Ouvir os moradores, através de consultas públicas é essencial para um crescimento municipal assertivo.
Texto elaborado com a colaboração de Ana Carolina Migliorini, Eduardo Papamanoli e Francisco Ralph Varoni.